Espaço aberto a publicações também de leitores.

A Távola redonda, ao redor da qual os cavaleiros do Rei Arthur se reuniam, foi criada com este formato para que não tivesse cabeceira, representando a igualdade de todos os membros.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Olho por olho cega a sociedade

Querer que o código do talião vigore novamente é contra a lei e se incentivar isso é crime, esse incentivo te torna criminoso também e passível deste mesmo código.


Segue abaixo link de um texto que discorre muito bem sobre o cerne do problema.

https://medium.com/opinioes-em-portugues/a7ba54318515

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Quanto vale o seu voto?

Sempre que alguém vai contra o status quo, logo vêm as críticas dos reacionários, que conformistas como são, não aceitam uma crítica calados. Dizem que estas críticas são sempre negativas e que nunca estamos satisfeitos. Se a satisfação vem com a covardia intelectual e moral que eles demonstram ter, não desejo ser assim, muito menos subserviente à mídia, ou a algum sistema ou governo que tenha mais malefícios que benefícios.
Nenhum governo ou governante consegue ser perfeito, já que nosso financiamento privado de campanha os deixa nas mãos de empresários e a mercê de um capitalismo predatório, que preza a propriedade privada acima de tudo e a falsa impressão de merecimento por esforço numa clara desigualdade de oportunidades, tornando esses conceitos em hipocrisia, ou mera falácia, com a qual a classe menos favorecida é incentivada, tendo uma eterna esperança e só assim a máquina capitalista é abastecida. 
Alguns se destacam por terem mais pontos positivos que escândalos profissionais, como no estado da Paraíba que de uns anos pra cá vem tendo algum progresso, com uma política de austeridade, pisando no calo de alguns é verdade, mas com resultados positivos. Atualmente as promessas, que, agora se mostram vazias do atual prefeito, que, ao que parece, prefere a propaganda e alardeamento de recapeamentos e continuidades, que ações propriamente ditas, prefere festas a obras, isso sim dá voto.
Classes menos abastadas de conhecimento e discernimento caem nessa de pão e circo, já que é a única forma de diversão grátis que eles encontram (mais um problema do capitalismo), mas ao se deparar com os valores gastos na festa para atrair turistas na noite de ano novo, nos faz refletir se realmente vale a pena, se a cidade tem estrutura pra tantos turistas e se esses turistas valeram o investimento, se eles deixaram o equivalente ou mais do que foi gasto para atrai-los. 
Não seria melhor gastar na infraestrutura da cidade e dar incentivos para empresas, principalmente no ramo hoteleiro, para que assim tenhamos capacidade de sediar eventos de grande porte? o trânsito , transtornos causados pela superlotação da cidade poderiam ser minimizados, o planejamento para isso é quase inexistente e irracional. Precisamos tanto de shows dessa magnitude, desse valor, tão mais que a saúde, educação e segurança?
A verdade é que o atual prefeito trabalha para se reeleger e não para atender as necessidades do povo que o elegeu. Povo esse que na hora de ter sua cultura incentivada, não a tem. Observem na figura abaixo os valores pagos a artistas de fora e o valor dos artistas locais, o prestígio de nossa cultura é sub valorizado e até mesmo esquecido, percebe-se nas escolhas dos ritmos também. Desta vez a compra de votos começou cedo e vai dar em samba.




sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Confissões de um quase morto

Estou partindo, não sei se para uma melhor e o ponto é exatamente esse, não sei, ninguém sabe e jamais saberá o que existe depois do suspiro final, do fim das atividades cerebrais. Esses são devaneios de alguém no meio de tal suspiro, os últimos pensamentos de um cérebro cansado. É  "a vida passando diante dos olhos".
Então vamos ao feedback. Minha vida foi normal, como a de qualquer cidadão comum, nada que valha a retrospectiva, mas aqui estamos nós e se você continua lendo é porque está curioso; Sou brasileiro, nascido para trabalhar e servir ao moedor de carne que é nosso sistema. Somos jogados ainda despreparados no mundo que exige de nós, o que teríamos se nos fosse provido, mas a educação serve apenas para formar reprodutores e armazenadores de informações inúteis, tive que me reinventar quando entrei na faculdade. 
Até aqui nada de incomum no meu país, terminei o curso com a impressão de não ter aprendido nada e no mercado de trabalho vi que realmente não aprendi nada. O que serve é apenas a experiência prática do serviço, a teoria denomina, mas não mostra ou incentiva a praticar. Nada que um estágio não concerte né? Ironias a parte, metade da vida foi de desperdício e a outra metade de real aprendizado para a função que desempenhei como um animal de carga.
Não me restou tempo para a família, quando a tinha por perto estava cansado de mais para desfrutar esses momentos.
Como todos no Brasil fui um bom cristão, escolhi a religião que a sociedade me impôs e hoje, no leito de morte não sei se essa incerteza que a religião vende como certeza é real, sinceramente não sei se valeu a pena ser hipócrita, segregar, julgar, reprimir e me reprimir por uma coisa que nem é certeza. Pra ser sincero a religião até me ajudou a aceitar essa vida de trabalho excessivo caladinho, me contentando em assistir programas de TV aberta no fim dos dias e ter isso como entretenimento.
Ah a televisão... A mídia fez coisas na minha vida que jamais imaginei, agora que parei pra pensar, meu estilo de vida é baseado no que é aceitável pela sociedade e eu sou exatamente igual a todo mundo, que mundo chato! Por que não aceitei as diferenças dos outros? As minhas também; Por que me reprimi e me tornei uma cópia do que esse sistema capitalista me vendeu?
Fui vendido a mim mesmo e o preço foi barato. Hoje me arrependo de ter criado senso crítico na semana de minha morte quando meu neto me apresentou esse termo até então ignorado veementemente por esse pobre moribundo.
Se eu pudesse refazer minha vida, faria tudo diferente. Começaria sem religião, não preciso ser adestrado por um dogma pra ser uma boa pessoa(na verdade isso até me tornou uma má pessoa se analisar friamente), que só agora soa absurdo, tanto quanto história em quadrinho. A partir disso eu aceitaria minhas diferenças e a dos outro, não faria as inimizades que fiz por pura falta de informação, não me privaria das maravilhas que o mundo e a natureza me ofereceram.
A natureza e o universo, esses sim têm leis que mereciam ser estudadas, aperfeiçoadas e seguidas e não um livro velho feito por e para uma sociedade quase tribal. Se eu vivesse mais setenta anos não deixaria esse tal livro me dizer o que fazer, nunca houve provas de que fosse verdadeiro, acreditar por acreditar. Hoje vejo minha vida se tornar insignificante, percebo que eu não vivi e sim, sobrevivi! 
Procuraria extrair apenas o necessário dos anos de estudo inútil desse sistema educacional falido, para aprender a pensar por mim mesmo, formular meus pensamentos e não só reproduzir e gravar os pensamentos um dia formulados por alguém.
Trabalharia no que eu realmente amo e não tentaria me adequar e gostar a força de um serviço que me fizesse ganhar mais dinheiro, simplesmente porque eu trabalharia pra viver e não o contrário. 
Me dedicaria a família, não só no seu sustento, mas participaria do crescimento dos filhos e netos, quem sabe até viveria mais e melhor pra participar da vida dos bisnetos também, já que estaria mais feliz e livre, ao invés de ser esse escravo que adora suas correntes que sou era até um momento atrás.
Parto com a sensação que poderia ter dado muito mais a mim e ao mundo, não contribuí para nada, apenas meu sustento atual numa sociedade em que todos são exatamente iguais a mim.
Isso não é uma crítica ao sistema, isso seria mais um clichê e nesse momento, não sei se perceberam, estou tentando fugir disso. É uma crítica a mim. Se eu não tivesse deixado isso acontecer estaria partindo de bem comigo mesmo, deixando algo valioso pra trás, uma vida bem vivida ao menos. Viver bem deve nos fazer viver mais não é? Logo, não estaria partindo agora, pela lógica ainda teria alguns anos, ou não. 
Viva a certeza da incerteza!