No Brasil há um complexo de inferioridade perante outros países, isso faz com que nos diminuamos constantemente, tratando estrangeiros como seres superiores, esse sentimento reflete-se em tudo: Artes, produtos, turismo, esporte, tudo vindo de outro país é melhor que qualquer coisa brasileira.
Esse complexo de vira lata relega ao brasileiro uma posição natural na sarjeta, se acostumando a isso de uma forma tal que nem perceba seu verdadeiro potencial.
Aqui valoriza-se bastante pobres que vencem na vida, atribuindo a eles qualidades naturais, dignas de admiração constante como se essas fossem as suas únicas qualidades e como se só pobres tivessem a capacidade de superação.
Quando isso acontece, acende no peito do povo uma fagulha de esperança, de que seja contagioso e que todas as pessoas superem seus limites e vençam na vida de uma forma extraordinária.
Se isso acontecesse, a mão de obra acabaria, os subempregos seriam abandonados e todo mundo seria altamente qualificado, haveria excesso de funcionários em áreas muito complexas e nas mais simples, que quase sempre servem de pilar para funcionamento das empresas, ficariam com oferta baixa, o que levaria a uma equiparação de salários, profissões como médicos seriam desvalorizadas e serventes seriam super valorizadas e bem remuneradas, todos estariam no mesmo patamar.
O sistema capitalista vigente no país não quer isso, a mídia não quer isso, governantes e empresários temem e o que fazem é tornar público poucos casos de superação controlados, para manter a chama acesa, mas não dão condições para que todo mundo tenha pelo menos a chance de vencer na vida. Um simples investimento em educação e uma reforma no sistema educacional os amedrontaria.
Mas isso na realidade se resume no medo deles verem seus filhos estudando na mesma escola que o filho negro de um motorista, a ideologia da classe média alta não tem nervos para aguentar um trauma desses.
O coitadismo serve para que as pessoas se alimentem de esperança, é disso que o brasileiro mais gosta, existe isso na mídia, nas igrejas, em todo lugar, o maior exemplo disso é que aqui se elege pela história de vida, até filme fazem, vencem reality shows quem é mais pobre, porque acham que merece mais, enchem a boca pra dizer: "Sou pobre, mas sou honesto", como se isso fosse excepcional, um pobre honesto.
Existem pobres e ricos honestos e desonestos, mas aqui confundi-se auto humilhação e baixa auto estima com humildade independentemente de classe social.
A meritocracia é manipulada(maior exemplo são pastores e grileiros que usam artifícios, digamos desonestos, para enriquecer) e dá a falsa sensação de que qualquer um pode chegar lá. As oportunidades ainda não são equiparadas, mas como qualquer bom brasileiro que se preze, me alimento de esperança.