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sábado, 23 de novembro de 2013

O coitadismo de quem tem complexo de vira lata

No Brasil há um complexo de inferioridade perante outros países, isso faz com que nos diminuamos constantemente, tratando estrangeiros como seres superiores, esse sentimento reflete-se em tudo: Artes, produtos, turismo, esporte, tudo vindo de outro país é melhor que qualquer coisa brasileira.
Esse complexo de vira lata relega ao brasileiro uma posição natural na sarjeta, se acostumando a isso de uma forma tal que nem perceba seu verdadeiro potencial.
Aqui valoriza-se bastante pobres que vencem na vida, atribuindo a eles qualidades naturais, dignas de admiração constante como se essas fossem as suas únicas qualidades e como se só pobres tivessem a capacidade de superação.



Quando isso acontece, acende no peito do povo uma fagulha de esperança, de que seja contagioso e que todas as pessoas superem seus limites e vençam na vida de uma forma extraordinária.
Se isso acontecesse, a mão de obra acabaria, os subempregos seriam abandonados e todo mundo seria altamente qualificado, haveria excesso de funcionários em áreas muito complexas e nas mais simples, que quase sempre servem de pilar para funcionamento das empresas, ficariam com oferta baixa, o que levaria a uma equiparação de salários, profissões como médicos seriam desvalorizadas e serventes seriam super valorizadas e bem remuneradas, todos estariam no mesmo patamar.
O sistema capitalista vigente no país não quer isso, a mídia não quer isso, governantes e empresários temem e o que fazem é tornar público poucos casos de superação controlados, para manter a chama acesa, mas não dão condições para que todo mundo tenha pelo menos a chance de vencer na vida. Um simples investimento em educação e uma reforma no sistema educacional os amedrontaria.
Mas isso na realidade se resume no medo deles verem seus filhos estudando na mesma escola que o filho negro de um motorista, a ideologia da classe média alta não tem nervos para aguentar um trauma desses.
O coitadismo serve para que as pessoas se alimentem de esperança, é disso que o brasileiro mais gosta, existe isso na mídia, nas igrejas, em todo lugar, o maior exemplo disso é que aqui se elege pela história de vida, até filme fazem, vencem reality shows quem é mais pobre, porque acham que merece mais, enchem a boca pra dizer: "Sou pobre, mas sou honesto", como se isso fosse excepcional, um pobre honesto. 
Existem pobres e ricos honestos e desonestos, mas aqui confundi-se auto humilhação e baixa auto estima com humildade independentemente de classe social. 
A meritocracia é manipulada(maior exemplo são pastores e grileiros que usam artifícios, digamos desonestos, para enriquecer) e dá a falsa sensação de que qualquer um pode chegar lá. As oportunidades ainda não são equiparadas, mas como qualquer bom brasileiro que se preze, me alimento de esperança.

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