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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Jogo de interesse

A distância geográfica muitas vezes nos permite e até justifica permanecer na nossa vã ignorância, mas não por querermos, talvez porque a educação oferecida no Brasil não permita que desenvolvamos nossa curiosidade em relação ao restante do mundo. Não sabemos por exemplo o que se passa no lado árabe do mundo.

Pra nova geração que não vem acompanhando as guerras no Oriente Médio, precisa-se ao menos saber o que foi a Primavera Árabe, informação e conhecimento sempre são válidos. Primeiro porque foi uma revolta que sem a internet não teria acontecido tão facilmente e depois, poque afeta o mundo inteiro, já que existem países entre os maiores produtores de petróleo envolvidos nessa revolução.

Iniciada em Dezembro de 2010 quando um jovem tunisiano, Mohamead Bouazizi, em forma de manifestação as condições no seu país ateou fogo no próprio corpo. Iniciaram-se eventos que deram início ao que ficou conhecido como a Primavera Árabe, auxiliada pela internet, as mídias sociais, como Facebook, twitter e youtube, serviram de ferramentas para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e censura, inclusive da própria internet por parte dos estados.

Esse nome foi dado em alusão a Primavera de Praga que ocorreu na antiga Tchecoslováquia em protesto ao regime socialista da União Soviética na década de sessenta, justificando o fato de ser inverno na África quando teve início a três anos atrás.

A Primavera Árabe ocorreu no norte da África e no Oriente Médio. Nos países árabes, protesto contra as ditaduras de seus países se iniciaram na Tunísia, obtendo sucesso com a renúncia do presidente Ben Ali que estava no poder há 23 anos e levou instabilidade ao Egito(Hosni Mubarak, já renunciou), Iêmen, Argélia e Jordânia.

Os ventos da primavera chegaram na Síria, causando conflitos e mortes que perduram até hoje. O ditador Bashar Al-Assad, resiste, mas já admitiu só sair com eleições presidenciais que já estão marcadas. Os EUA resolveram tirar proveito da situação e emendaram uma desculpa do uso de armas químicas pelos Sírios para intervir, com uma intenção humanitária de pacificação. Realmente não teria nada a ver com a decisão da Síria de mudar a moeda de troca do petróleo do dólar para o Euro. O Irã(País já ameaçado pelos EUA anteriormente), ou mesmo Líbia, motivo da queda de Khadafi, Iraque, Afeganistão, Iêmen. Estes países queriam  trocar a moeda de troca do dólar para o Euro e Ouro respectivamente.

De um lado: EUA, Canadá, Japão, França, Inglaterra, Coréia Do Sul e Israel, do outro Rússia, China, Coréia Do Norte, Cuba, Irã, Síria, países africanos e árabes no geral e por incrível que pareça, o Brasil não parece ser capacho americano. Configuram-se alianças e o cenário cada vez mais desfavorece os "States" que vêem sua moeda sem apoio de países produtores de petróleo que insistentemente tentam redirecionar os investimentos.



Os EUA estão usando de sua força de blefe conseguida através de anos de intimidações por poderio militar evidentemente superior, para proteger os donos de todo o sistema, quem sustenta a moeda: A reserva federal(conglomerado de bancos que fabrica a moeda-dólar- e teria muito a perder com a sua desvalorização), apoiados por políticos.

Mas o enfrentamento de alguns países frente aos Estados Unidos este ano, que foram contra a intervenção americana(vale salientar que o país está em crise)na síria e o estouro do escândalo de espionagem fizeram a reputação do Tio San desmoronar.

Quem quiser ignorar o assunto da primavera árabe, basta lembrar que no meio de 2013 o Brasil pipocou de manifestações, facilitadas pelas redes sociais. Não seria presunção dizer que os Árabes nos auxiliaram um pouco, mostrando que não é impossível lutar por melhorias. Teve até quem chamasse de "primavera brasileira".


Toda mudança no cenário coercivo americano se deu por conta do estopim na Tunísia, estando tudo interligado: primavera árabe, mudanças políticas no Brasil, rebeldia de Dilma com Obama, perca de credibilidade americana e desobediência de vários países. O cenário está mudando e em breve novas forças surgirão, as novas alianças determinarão quem é quem nesse novo início, mudanças não vêm num piscar de olhos, mas quem piscar primeiro entrega o blefe, quem será que vai pagar pra ver?


 http://www.wgiro.com/noticias/social/primavera+arabe-555

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